As vezes sinto que a minha vida sabe mais de mim, do que eu. Parece estranho, eu sei. Não sei bem como explicar isto. Mas sinto que as vezes sou levada para “sítios”, que eu penso que nunca os escolheria, mas depois chego lá e parece mesmo que ali é que eu devia ter estado sempre.
Por exemplo, enquanto formadora, aquilo que menos gostava de fazer era avaliar. Neste momento, essa é a minha actividade principal: avaliar (pessoas e processos).
Vejo hoje a avaliação, numa perspectiva completamente diferente. Mais objectiva. Mais numa perspectiva de medição e identificação de oportunidades de melhoria. Baseada na observação e nos factos. Ou seja, não uma avaliação estática, mas sim uma avaliação com um objectivo: melhorar.
Curioso, porque isso sempre foram coisas que me interessaram. Gosto de observar. Gosto de propor melhorias. Sinto que acrescento algo de novo à realidade.
Outros exemplo. Eu, que desporto só o faço agora porque sinto que é importante para a minha saúde, conheci o meu marido, onde? Num encontro internacional de fitness... Curioso, hã… [E não, ele também não é um desportista nato, e já estamos juntos há uns bons aninhos…]
Mais. Eu, que na minha adolescência sempre tive mais amigos do que amigas [vá-se lá entender porquê, eles sempre gostaram de conversar comigo, e elas achavam-me “pouco in”, ou eu é que as achava muito parvinhas], a minha actividade profissional trouxe para o meu dia a dia, as minhas VERDADEIRAS AMIGAS [com quem eu posso dizer tudo aquilo que me apetecer, e até falar mal dos homens ]
E é assim, por curvas e contra curvas, a minha vida vai decidindo por mim, o que é melhor para mim.
Há um ano atrás, eu não estava bem. Passei por várias situações difíceis, que numa escalada em bola de neve, me levaram a uma situação muito desconfortável.
O que é certo, é que agora, passado um ano, e com muito esforço, estou num “ponto” completamente diferente.
Pelo meio: obstáculos (muitos), amigos (que mesmo eu contando pouco, sentiam tudo) e familiares (que ajudaram muito na gestão do dia a dia). Também é certo, que algumas pessoas, que julgava como certas na minha vida, ficaram pelo caminho. E também houve quem fizesse questão de me “mandar” mais para baixo.
A vida é engraçada, diz-se muito. Mas é realmente uma boa de neve. Quando as coisas estão mal, vão-se pegando umas as outras, e tudo vem por aí abaixo a correr mal. Quando começas a lutar pelo bom, quando começas a escolher na tua vida só as coisas e pessoas que te fazem bem, quando deixas de focar no problema e começas a viver a vida, aí a bola de neve começa a funcionar em sentido positivo.
Hoje, estou muito melhor. A minha vida mudou muito. A previsão do meu signo para o ano de 2015 (que foi um ano de grande treta), dizia para me reaproximar de amigos de longa data, pois estaria aí a solução. Achei uma treta, claro está. Mas eis que, de repente (já no último trimestre do ano), o pontapé para a mudança veio mesmo daí, de alguém que estava longe, e afinal tão perto.
Ainda não mudei tudo o que quero mudar. O caminho ainda vai a meio. Mas a escuridão que existia antes começou a aclarar cada vez mais. Acima de tudo, estou bem comigo própria, com a minha cabeça, com as minhas opções, confiante em mim. O que me deixa feliz e mais capaz de avançar positivamente.
Pelo caminho, foi-se fazendo limpezas, desintoxicação de pessoas, hábitos, rotinas, situações…
Como gostaria de estar, ainda não estou. Mas certamente já não estou como detestei estar.
Continuando na concretização das “coisas a fazer até ir de férias”, no Sábado as 18h saímos de casa em direção a Lisboa. Deixamos o carro ao pé do Cais Sodré e lá fomos caminhando. Primeiro, junto ao rio.
E depois, lá fomos nós, subindo até ao Chiado, onde jantamos, ouvimos música de rua, “perdemo-nos” no meio da multidão - turistas, lisboetas, emigrantes, “gentes vindas de todo o lado”. Diferentes sons - carros, musica, risos, vozes. Luzes, cheiros diversos. Adoro a diversidade desta cidade. Esta agitação de pessoas que “vagueiam” pelas ruas.
A miúda adorou a experiência. Dançou no Chiado e até cumprimentou o homem estátua.
E depois lá fizemos novamente o percurso inverso, também a pé. Eu fiquei com bolhas nos pés.
A noite estava quente como tudo. Nem uma brisa havia para refrescar. Mas a experiência foi divertida e enriquecedora.
Resolvi ensinar a miúda a jogar o jogo “quente ou frio”.
Digo para ela, “a mãe esconde isto e tu vais à procura, se estiver perto a mãe diz quente, se estiveres longe a mãe diz frio” (Recorde-se que a miúda tem três anos, e eu sabia que talvez ainda não fosse capaz de perceber a ideia do jogo, mas resolvi tentar na mesma).
E assim foi: eu escondi e ela lá andava a procura.
Eu: “quente, quente, cada vez mais quente”.
Ela: “Eu pus protetor”
[E que belas gargalhadas demos. Ainda tentei mais algumas vezes, mas era sempre saídas deste género]
Pelo destaque a este post. Fiquei espantada com a quantidade de visitas e comentários que de repente começaram a surgir. E mais espantada fiquei quando vi que pela primeira vez um post meu ficou na página dos mais lidos.
Grata a todos por terem gostado do texto. Fiquei mais “confortadinha” por saber que não sou a única com estas “queixas”. E que afinal, há muita gente a trabalhar em Agosto...
Aproveitar a hora de almoço para ir a uma grande superfície comprar umas “coisitas” que preciso, e entrar numa série de lojas e não encontrar NADA que me agrade.
Ou é curto, ou não há o meu número, ou é caro, ou a cor é horrível…