A aldeia onde eu vivo #01
A aldeia onde eu vivo, só tem um café. Não tem mercearia, nem cabeleireiro, nem papelaria.
Mas na aldeia onde eu vivo consigo ver o sol a nascer. Consigo ver o sol a pôr-se.
Na aldeia onde eu vivo há animais. Há estendais de roupa cheios, todo o dia. Senhoras a sacudirem tapetes.
Não há prédios. Há casas baixinhas. Há espaço.
Há pessoas. Há caras com nomes, com casas.
Na aldeia onde eu vivo, a miúda pode brincar ao macaquinho do chinês, pode regar as plantas e passear com “as filhas” no quintal. Pode brincar ao elástico, ao rei manda e fazer bolinhas de sabão.
A aldeia onde eu vivo é pequenina. É perto, mas longe o suficiente. É grande, na felicidade que nos pode proporcionar.