A Maria acorda cedo ao fim de semana. Diz que é para aproveitar bem o fim de semana.
A Marta não dorme de dia. Mas dorme praticamente das 20h as 8h.
Este sábado, Maria acordou as 7h30. Chamou pelo pai, mas o pai tinha ido trabalhar. Fui ter com ela e disse-lhe que se podia levantar, mas não fazer barulho. Antes de sair do quarto dela, vejo uma das gavetas da roupa aberta e penso "deixa-me lá fechar a gaveta antes que o Churchill entre lá dentro". Fechei.
A Marta tinha acordado as 5h para mamar. Adormeceu de seguida. Eu fui então dormir mais um bocado.
As 8h45 a Marta acordou. Viemos as duas para a sala. Dou de mamar a Marta.
Entretanto, apercebo-me que o Churchill não estava em lado nenhum. O marido chega e eu digo "olha lá o Churchill não terá fugido hoje de manhã quando saíste?". De repente lembrei-me "Será?.." Fui á gaveta que tinha fechado. Lá estava ele, muito enroscadinho. Já tinha entrado, quando eu a fui fechar.
E nem reclamou de lá estar fechado. Reclamou foi quando o mandei sair.
Hoje, depois de acordar a Maria, saí do quarto, como sempre.
Voltei alguns minutos depois para verificar se já se estava a despachar.
Deparo-me com a seguinte cena: posição de meditação e olhos fechados, em cima da cama, ainda de pijama. Não sabia se havia de rir, se ficar entusiasmada com o comportamento, se dar um grito a dizer "Maria, despacha-te". Saí do quarto e voltei minutos depois. Já se estava a vestir. Durante o pequeno almoço, perguntei-lhe "então, estavas a meditar?", "sim", respondeu ela. E eu perguntei "e em que pensas, quando meditas?" "na concentração" e continuou... "e olho para o salame". "Para o salame???", pergunto eu. "Sim, não sabes?" "Mas viste isso onde?" "Nos bonecos". (Nem sei que diga)
Hoje mal conseguia sair de casa.
O portão não abria.
Miúdas no carro e eu sem conseguir sair com o carro.
A Maria dizia "desiste mãe, desiste". Pois claro, queria faltar a escola.
Valeu-me o vizinho, que usou de mais força e lá deu a volta ao trinco.
A Maria, claro, chegou atrasada a escola. Mas foi do carro, até ao portão, com uma calma natural, como se nada se passasse. Deve ter sido da meditação matinal. A minha calma, já tinha desaparecido há muito.
Sinto-me mais magra.
Sinto na roupa.
Hoje confirmei.
Pesei-me quando cheguei ao ginásio.
54,5 kg. Só mais meio quilo do que quando engravidei.
Mas a barriga de grávida ainda aqui está e isso tira-me do sério.
Fui para a passadeira e corri 5 km.
Ao final da manhã, quando cheguei do ginásio, vem uma vizinha ter comigo.
"Olhe, feche aí a torneira do quintal, porque eu tive que lhe fechar o contador da água aqui fora, porque a torneira estava aberta e já havia água a correr que eu sei lá." Foram os cães que a abriram. Mais uma vez, foi uma vizinha que me safou.
Comecei a ir ao ginásio a partir de metade de setembro.
Com um treino definido por uma professora. Ajustada a esta minha realidade de pós-parto.
Calmo.
Mas a fazer efeito, porque eu estava a sentir no corpo.
No corpo.
Não na mente.
Resolvi começar a caminhar na passadeira.
Comecei a caminhar.
Mas o bichinho da corrida começou a falar.
E fui correndo. E andando.
Logo no primeiro dia que corri, senti o efeito na mente.
Hoje já consegui correr 4 km.
E que bem que aquilo me soube.
A libertação.
A corrida é o meu mindfullness. Só com a corrida consigo desligar os pensamentos.
Tentei o Ioga. Nada. Tentei Pilatos. Nada.
Com a corrida só penso na corrida: "mais 2 minutos e acelero", "mais 5 minutos e abrando", "até aos 2 km", "20 minutos e ando", "aos 30 minutos paro", "hoje têm que ser 4 km". São só estes pensamentos que me vêem a mente. Sim, e claro, também "porra, estou cansada".
Ontem falei-vos aqui, em novas rotinas que tenho vindo a implementar.
Uma delas é logo no inicio da manhã.
Ainda não estou a trabalhar. Mas a Maria já iniciou a escola, pelo que temos que sair de casa no máximo as 08h40.
Então, para que tudo corra da melhor forma, tenho que acordar as 7h00 e orientar tudo antes delas acordarem. Dou de comer aos gatos. Visto-me. Preparo a lancheira da Maria. Preparo o meu pequeno almoço. Preparo o pequeno almoço da Maria.
As 7h45, se a Maria não acordar antes, vou acordá-la. Com tempo. Porque ela vive as manhãs, digamos que "com muita calma". A partir do momento em que ela já está acordada, começa tudo a ficar mais "acelerado", com a minha voz a dizer MUITAS vezes "Maria despacha-te".
Tomo o meu pequeno almoço. Dou de comer aos cães.
Tiro um café. E vou lá para fora para o quintal beber o meu café. E aqui, é o momento da minha pausa. 1 minuto, as vezes 2. Não mais que isso. Inspiro. E volto lá para dentro. Retomo a "correria". E digo mais uma série de vezes "Maria despacha-te".
Por volta das 08h20 vamos as duas acordar a Marta. (As vezes ela acorda antes). Abrimos a janela. Falamos para ela. E lá nos brinda ela com um sorriso daqueles.
Visto a Marta.
Tudo no carro.
Olho para o relógio e vejo: 08h40. Está tudo certo.
Tanta coisa para fazer, que a vontade de escrever tão depressa aparece como se vai embora.
Estamos bem.
A Marta já com 3 meses.
Uma espevitada que quer estar sempre a comer.
Passa o dia quase todo acordada e como tal, quer estar sempre a mamar.
Está enorme e pesada.
Ri-se com a "cara toda".
Um doce.
Apesar de passar o dia quase todo acordada, pelo menos, dorme a noite toda. De vez em quando está mais agitada, mas regra geral as noites são tranquilas.
Começo a trabalhar quando ela tiver 5 meses, pelo que a partir dos 4 meses já vamos começar a diversificação alimentar.
Eu, também estou bem.
Inscrevi-me num ginásio e vou lá pelo menos 3 manhãs por semana. Eles têm um espaço onde ficam os bebés.
É óptimo. Porque, sinceramente, acho que se não fosse este "escape" já estaria farta de estar em casa. É óbvio que adoro estar com a minha filha, e estes meses estão a ser fantásticos. Mas eu sou mais do que mãe. E ter este bocadinho para me lembrar de mim, é muito bom.
E assim, também já vou fazendo algum exercício físico. Porque correr, na rua, duvido que volte a ter tempo.
Decidi também voltar a entrar nos eixos no que diz respeito à alimentação, pelo que já só tenho 1,5 kg a mais do que tinha quando engravidei.
Tenho aproveitado também para instaurar novos hábitos, novas rotinas. Vamos ver se depois, quando voltar ao trabalho, as consigo manter.
A Maria iniciou o 2º ano. Um início confuso, nervoso. Mudou de professora, e sentiu-se com isso. Mas parece que agora já está a adaptar-se.
E estamos no Outono.
Minha estação do ano preferida. Desejosa que cheguem aqueles dias mais de Outono.