Sobre os dias que correm
Voltei ao teletrabalho.
Semana sim, semana não.
Não me queixo.
Sinto-me mais protegida, mais segura.
Capaz de proteger mais a minha família.
E não me importo nada de trabalhar em casa.
Gosto até.
Só o facto de poder estar sozinha todo o dia, só comigo e com os meus pensamentos, já é um bom motivo para eu gostar de estar assim.
Também poupo nas deslocações e ganho no tempo do dia.
Mas é mau.
Aquilo que esta nova temporada de teletrabalho significa é muito mau.
Tenho me privado de tudo.
De estar com a minha mãe.
Com os meus irmãos.
Com os meus sobrinhos.
Com os meus amigos.
Privado os avós de estarem com as netas. As netas de estarem com os avós, tios e primos.
Mas é o que é preciso fazer.
É uma pausa. Não é o fim.
Se não fizermos todos um esforço nesta pausa, é que poderá ser o fim.
Por isso aqui estou.
À espera que isto tudo acabe. E a fazer aquilo que me é possível fazer: ficar segura, proteger os meus. E assim, proteger outros tantos mais.