Limpou-se e organizou-se a casa. Dei mais uma volta as roupas que servem e não servem.
A mais velha foi à praia com o pai e até conseguiram ir à agua.
Passeio na aldeia com a mais nova. O que ela gosta disto. Andar na rua sem dar a mão, ir à frente a explorar o caminho. Chegar-se aos vizinhos para conversar com eles.
Bolo de canela para o lanche de domingo.
Trabalhos de casa.
E uma tentativa que correu muito bem: final de tarde de domingo semelhante à de sábado, para não começarmos logo a sofrer com o fim do fim de semana, quando ele ainda nem acabou.
Acabei o fim de semana como sempre: uma montanha de roupa para passar a ferro.
Não treinei. Tenho andado com muitas dores na cervical, e por isso tive que fazer uma pausa no meu exercício.
Eu nem vos consigo descrever o quanto eu sou feliz por ter estas duas na minha vida.
São tão diferentes uma da outra.
E a experiência de maternidade com ambas é completamente diferente.
A Maria foi a minha primeira filha. Numa fase da minha vida muito instável e onde passámos algumas dificuldades. Mas ela foi sempre a minha salvação. Aquilo que me trazia à tona. Com inexperiência minha, fui aprendendo a lidar com ela. Sempre muito sensível, faladora, com muitas questões sobre tudo, e um carinho enorme pelas pessoas que a rodeiam. É a minha mais velha. O meu primeiro amor pequenino, que agora é grande, enorme.
A Marta chegou há pouco. Mas o tempo tem passado a correr. Mas eu não tenho pressa nenhuma que ela cresça. É independente, traquina, meiga, faladora. Eu sou mais calma e vivo a maternidade com outra leveza.
As duas juntas são o Apocalipse e o fogo de artifício. Ou estão aos gritos uma com a outra a disputar algo ou atenção, ou a rirem às gargalhadas fazendo "tolices" uma à outra, ou agarradas num carinho genuíno, ou ainda simplesmente a brincar.
Amo-as com todo o meu ser e sou uma pessoa melhor a cada dia que passa, apenas por elas existirem na minha vida.
A terceira máquina de roupa da manhã já estava lavada e dentro da máquina à espera de sair.
No meio dos afazeres domésticos típicos de sábado de manhã, e do barulho de máquinas a funcionar, reparo que a máquina de lavar roupa estava a lavar.
E penso "Então, mas espera. A máquina já tinha terminado."
Fui ver.
Estava mesmo a trabalhar.
A criança mais pequena lá de casa, colocou num programa de 30 minutos, a 50 graus e com centrifugação a 600. E depois carregou no "on". Já ia o programa a meio quando vi.
Quando eu digo que esta miúda dá comigo em maluca, eu não estou a exagerar.
[Além disso, este fim de semana voltou à carga dos riscos. Descobriu um caneta de filtro verde e foi tudo num avio: cadeiras, almofadas, móvel, laço do cabelo, mãos, cara. É isto.]