Brincadeiras de irmãos
Uma vez que se celebra hoje o dia dos irmãos, faz todo o sentido recordar algumas das nossas vivências.
Lembrei-me de algumas peripécias que já vivemos, mas sinceramente falta-me a coragem para expor maior parte delas.
De qualquer das formas, lembro-me de algumas com um sorriso nos lábios.
Como por exemplo, de algumas das nossas brincadeiras.
Às escolas
No pátio da minha avó, já ao pé das hortas, havia um barracão com porta de alumínio (ou algo do género), onde era possível escrever a giz e apagar, e voltar a escrever. Então, eu que sempre gostei muito de fazer as coisas à minha maneira, era a professora e os meus irmãos os alunos. A minha avó tinha umas cadeirinhas pequeninas, onde costumava se sentar no pátio a conversar com as vizinhas, e nós usávamos essas cadeiras para os “alunos” se sentarem. Lembro-me de levar aquela brincadeira muito a sério, e de até criar testes para eles fazerem e eu depois corrigia os mesmos com caneta vermelha e tudo.
Ao carteiro
Eu escolhia um ponto no pátio, onde era a minha casa. A minha irmã escolhia outro ponto para ser a casa dela. E o meu irmão era o carteiro. Era só isto. Ele andava de um lado para o outro a levar-nos “cartas”.
Uma outra coisa que está muito gravada na minha mente, é uma “aventura” que eu e o meu irmão tivemos [ou então não].
A questão é que eu não tenho mesmo a certeza se foi um sonho ou se aconteceu mesmo. Sei que foi à muito tempo. A minha irmã (por circunstâncias que não vale a pena agora referir), passava muito tempo internada no Hospital D. Estefânia, e a minha mãe por conseguinte também. Nós podíamos estar com ela, na hora das visitas. Mas quando éramos mais pequenos, julgo que nem sequer podíamos entrar, porque me lembro de ser a minha mãe a sair cá para fora com a minha irmã, para a sala de espera, para podermos estar ali os três juntos. O que acontecia, é que quando eu e o meu irmão íamos, depois tínhamos de ficar lá na salinha de espera à espera (desculpem a redundância) da minha mãe, porque ela ficava o tempo todo que era possível ficar com a minha irmã.
Ora, foi num desses dias que terá acontecido esta aventura. Tenho a ideia que encontramos por lá um rapazinho, que nos desafiou a ir com ele “explorar” o hospital. E lá andamos nós pelos corredores, salas e caminhos onde não era suposto estarmos. Às tantas, perdemo-nos e não sabíamos como voltar para o sítio onde deveríamos estar. Acabamos por conseguir encontrar o caminho e regressar ao sítio de onde nunca deveríamos ter saído.
Se isto realmente aconteceu, a minha mãe nunca chegou a saber. É por isso que isto anda aqui na minha memória de forma tão dúbia. Porque é muito caricato, 2 crianças com menos de 10 anos andarem por ali assim. É estranho.
[Quando me lembro destas coisas todas, e de mais e mais, chego sempre à conclusão que a melhor “coisa” que eu podia dar à minha filha era um irmão. Talvez, um dia.]