Coisas
Hoje, depois de acordar a Maria, saí do quarto, como sempre.
Voltei alguns minutos depois para verificar se já se estava a despachar.
Deparo-me com a seguinte cena: posição de meditação e olhos fechados, em cima da cama, ainda de pijama. Não sabia se havia de rir, se ficar entusiasmada com o comportamento, se dar um grito a dizer "Maria, despacha-te". Saí do quarto e voltei minutos depois. Já se estava a vestir. Durante o pequeno almoço, perguntei-lhe "então, estavas a meditar?", "sim", respondeu ela. E eu perguntei "e em que pensas, quando meditas?" "na concentração" e continuou... "e olho para o salame". "Para o salame???", pergunto eu. "Sim, não sabes?" "Mas viste isso onde?" "Nos bonecos". (Nem sei que diga)
Hoje mal conseguia sair de casa.
O portão não abria.
Miúdas no carro e eu sem conseguir sair com o carro.
A Maria dizia "desiste mãe, desiste". Pois claro, queria faltar a escola.
Valeu-me o vizinho, que usou de mais força e lá deu a volta ao trinco.
A Maria, claro, chegou atrasada a escola. Mas foi do carro, até ao portão, com uma calma natural, como se nada se passasse. Deve ter sido da meditação matinal. A minha calma, já tinha desaparecido há muito.
Sinto-me mais magra.
Sinto na roupa.
Hoje confirmei.
Pesei-me quando cheguei ao ginásio.
54,5 kg. Só mais meio quilo do que quando engravidei.
Mas a barriga de grávida ainda aqui está e isso tira-me do sério.
Fui para a passadeira e corri 5 km.
Ao final da manhã, quando cheguei do ginásio, vem uma vizinha ter comigo.
"Olhe, feche aí a torneira do quintal, porque eu tive que lhe fechar o contador da água aqui fora, porque a torneira estava aberta e já havia água a correr que eu sei lá." Foram os cães que a abriram. Mais uma vez, foi uma vizinha que me safou.
Isto tudo, só pela manhã.
É tão bom viver no campo.