Desabafos. Constatações.
Tenho andado acelerada.
O trabalho está a correr bem, e mais desafiante, o que faz com que esteja mais vezes a pensar no tralho, do que propriamente devia.
A miúda está mais autónoma. Ela, que me puxava para a realidade familiar e "me obrigava" a estar presente pelo todo, cresceu e agora já não é bem assim.
Mas agora, ela vai me fazendo essas chamadas de atenção doutra forma.
Por exemplo "oh mãe, mas porque é que tu todos os dias tens que contar o teu dia ao pai e não deixas o pai falar". Um sinal claro, que ando a falar muito.
Durante o fim de semana passado, apercebi-me de várias coisas óbvias: passo o dia no trabalho, a trabalhar e ao mesmo tempo a pensar como hei-de gerir o final do dia, para me despachar. Chego a casa, faço tudo a correr em 2h, para garantir que às 21h a miúda está na cama. Passo o fim de semana a organizar a semana, para poupar tempo durante a semana.
Para onde vai o tempo, afinal de contas?
Para onde ele vai, eu não sei. Mas quem fica com ele eu sei: o meu stress.
Sou acelerada. Sempre fui. Gosto de planear, prever. Não gosto de viver no meio do caos. No entanto, se passo demasiado tempo a organizar, também não vivo nada.
Ontem a miúda e o pai, tiveram um momento muito criativo. Simularam um espaço noticioso, em que ela era a pivot. Foi muito giro. Eu só os ouvia, enquanto, claro, andava de um lado para o outro a dizer "despacha-te que está na hora de ires dormir". Era verdade, ela tinha mesmo que ir dormir. O que me irrita é eu ser tão stressadinha.
Tenho que parar mais vezes.
Aproveitar mais o momento.
Eu sei disso. E até sei como o fazer. Só tenho dificuldade é em pôr em prática.