Os 40 quase a chegar...
Quase quase a fazer 40 anos...
Sinto que esta década que passou foi a mais forte de todas.
Os últimos 10 anos foram de..... TUDO.
Crescimento. Tristeza. Desilusão. Felicidade. Transformação. Amor. Mudança. Dor. Alegria.
Segue-se uma pequena síntese dos últimos 10 anos.
Aos 30 anos.
Casei na véspera do dia em que fiz 30 anos. Com a minha alma gémea. O amor da minha vida.
Mudei de emprego, para uma situação que me trouxesse mais estabilidade.
Não gostei. Detestei.
Voltei à atividade anterior.
Aos 31.
Engravidei.
Aos 32.
Nasceu a Maria.
E descobri o AMOR maior do mundo. Descobri outra pessoa em mim. O Eu Mãe. E percebi o que é o amor incondicional. Basta olhar para os olhos dela para ver que há ali sempre amor. E faço, desde então, tudo, para não desiludir aquele olhar.
Os anos que se seguiram não foram fáceis. Foram tempos difíceis. E vividos de forma muito fechada por nós. Marcas que ficam para sempre.
Mas a Maria cresceu sempre feliz. Uma miúda incrível. Cheia de perguntas e coisas para dizer.
Aos 36.
Surge uma nova oportunidade profissional. Aquela que eu desejava desde o dia em que terminei o meu curso superior.
Começámos a recuperar.
Mudámos para o campo. Para uma aldeia pequenina.
Comecei a correr.
Aos 37.
O meu pai faleceu. Suicidou-se. O fim de uma vida difícil, amargurada, que deixou marcas em todos. Ainda hoje não sei lidar com este assunto.
Corri a minha primeira meia maratona e mais duas provas longas: 20 km e 15 km.
Aos 38.
Corri a minha segunda meia maratona. Uma prova com um desgaste físico brutal, com a qual eu me tinha comprometido e decidido levar até ao fim. Acabei a chorar, com uma sensação de superação incrível. Uma descarga fortíssima de tudo o que tinha vivido nos últimos anos.
Engravidei.
Nasceu a Marta.
E eu percebo que "este" amor não é infinito.
A Maria tornou-se irmã.
Aos 39.
Mãe de duas.
Sem dúvida, "uma outra mãe". Mais calma. Mais experiente. Mais consciente de mim própria.
Surgiu a pandemia do COVID-19. Fiquei fechada em casa com as miúdas 3 meses e meio. Toda uma nova realidade. Teletrabalho. Telescola. Bebé a crescer e a ficar mais atenta a tudo. Dei por mim muitas vezes a fingir que ia estender a roupa, só para estar no quintal um bocadinho sozinha.
A Marta fez 1 ano.
A Maria está com 7 anos.
Continuo com o amor da minha vida ao meu lado.
Só com ele ao meu lado poderia ter aguentado tudo isto.
Chego aos 40 a amar. A ser amada. Com um marido incrível. Duas filhas que riem com o corpo todo. Com uma mãe forte e lutadora. Um irmão e uma irmã que sabem lidar comigo como mais ninguém, e que estão sempre presentes em mim. Amigos com os quais eu sei que posso contar.
E acima de tudo, bem comigo própria, mas com um longo caminho de "coisas minhas" ainda a percorrer.